domingo, 30 de julho de 2017

Trash - A Esperança vem do Lixo


Estamos vivendo um momento onde estão vindo à tona casos e casos de corrupção entre políticos de todas as esferas,  - federais, estaduais e municipais - nas instituições religiosas, na justiça, na polícia, na saúde , na educação. Perplexos, verificamos que a corrupção parece estar arraigada na vida de todos nós e acontece tanto no condomínio onde vivemos como nos palácios de governo, envolvendo o cidadão comum e autoridades que deveriam estar acima de qualquer suspeita. Este filme de 2014 denuncia um esquemão de corrupção e nos deixa eletrizados na expectativa de saber como a história termina e o que acontece com todos os envolvidos.



Trash - A Esperança Vem do Lixo

Diretor: Stephen Daldry
Elenco: Wagner Moura, Selton Mello, Rooney Mara, Martin Sheen
País de origem: Reino Unido/Brasil
Ano de produção: 2014
Classificação: 14 anos


Diretor inglês comanda elenco brasileiro em “Trash – A Esperança Vem do Lixo”


Filme mostra as aventuras de um trio aventureiro contra a polícia e os políticos.


Em uma trama de perseguições e corrupção, três meninos - Raphael, Gardo e Rato – encontram uma carteira no lixão onde vivem e decidem buscar a solução para o mistério que a rodeia. Quando se veem em uma aventura vertiginosa que envolve diretamente os personagens José Angelo (Wagner Moura), Frederico (Selton Mello) e Antonio Santos (Stepan Nercessian), os três vão precisar lutar contra inimigos poderosos. 

Quando o diretor britânico Stephen Daldry anunciou que filmaria seu próximo longa no Brasil, em 2013, a reação instintiva de muitos brasileiros foi desconfiar: afinal, o que esse gringo sabe sobre o nosso país? Pois agora que “Trash – A Esperança Vem do Lixo” se prepara para encerrar o Festival do Rio e estrear em todo o país, já podemos respirar aliviados: ele sabe o bastante.

Um dos segredos de “Trash” é que suas questões não dialogam apenas com a realidade brasileira, apesar de se encaixarem especialmente bem neste momento e neste lugar. O filme, baseado no livro de Andy Mulligan, acompanha as aventuras de três pré-adolescentes que vivem num lixão do Rio de Janeiro e encontram uma carteira, que esconde códigos para a grande fortuna de um político corrupto.

A corrupção é apenas um dos temas abordados por Daldry, que também explora a violência policial, a situação carcerária, o preconceito racial, o lixo e a troca de favores entre políticos e instituições (dando nomes minimamente alterados aos bois, como “ABF” no lugar de “CBF” e “Templo Universal” no lugar de “Igreja Universal”).
É fácil deduzir que o cineasta aprendeu tudo isso com outros filmes: “Tropa de Elite” e “Cidade de Deus” transpiram em cada sequência de “Trash”. Mas há uma atualidade no longa que não soa forçada e que sugere que Daldry fez sua lição-de-casa – incluindo participar de uma manifestação de rua e tomar um banho de gás de pimenta em meio aos protestos de junho.
Mostrando respeito pelo cenário escolhido, o artista escalou atores brasileiros para quase todos os papéis, inclusive para os três protagonistas Rafael (Rickson Tevez), Rato (Gabriel Weinstein) e Gardo (Eduardo Luís). Os garotos não são profissionais e foram escolhidos com a ajuda da produtora brasileira O2, a mesma de “Cidade de Deus”. De estrangeiros, o filme traz apenas dois personagens secundários: uma professora de inglês (Rooney Mara) e um padre (Martin Sheen).
Wagner Moura, cujo rosto estampa o pôster, aparece pouco, mas logo compreendemos sua escolha: marcado por personagens que buscaram a justiça a qualquer custo (mesmo que por meios errados), Moura representa um fio de esperança num país sem lei. Daldry aproveita essa ideia e o fato de o ator ser conhecido fora do Brasil, mas não se apoia nele para fazer o filme funcionar – pelo contrário, sua presença é apenas uma inspiração para os três heróis mirins.
Quem ganha destaque é Selton Mello, no papel do policial truculento Frederico. Outros nomes conhecidos do público também aparecem, mesmo que por breves instantes: Jesuíta Barbosa, André Ramiro, Nelson Xavier e Gisele Fróes são alguns deles.
O diretor, indicado a três Oscars por “Billy Elliot”, “As Horas” e “O Leitor”, arrisca-se pela primeira vez numa história de aventura, misturando a esperteza infantil de um Tom Sawyer ou de um Harry Potter ao cinema de denúncia tipicamente brasileiro. O resultado é uma mistura interessante de fantasia e realidade, entretenimento e reflexão - maniqueísta como pede Hollywood, mas sem afetação. “Trash”, que estreia nacionalmente no dia 9 de outubro, deve agradar a crianças e adultos, brasileiros ou estrangeiros, sem preconceitos.

fonte: https://www.guiadasemana.com.br/cinema/sinopse/trash-a-esperanca-vem-do-lixo

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