quinta-feira, 15 de junho de 2017

Laudato Si - A Encíclica do Papa Francisco SOBRE O CUIDADO DA CASA COMUM




Após séculos difundindo uma visão na qual o homem foi criado para dominar todas as criaturas e sujeitar a Terra e tudo o que nela vive, como podemos ler no Gênesis, já era tempo da Igreja Católica falar no abuso e questionar o uso irresponsável do planeta por um expressivo número de habitantes.


(...)
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.


E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.


E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.


E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.


E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.


(...)

Gênesis 1:26-31


Sempre acreditei que esse texto do Gênesis, que passou por inúmeras traduções ao longo dos séculos, acabou sendo destorcido e interpretado equivocadamente para favorecer uma visão deturpada sobre nosso papel na existência terrestre, justificando a exploração de todos os recursos, como se não fizéssemos parte da natureza, como se fosse possível existir "nós" e a natureza em separado. Uma natureza ao nosso dispor. Deu no que deu! O que temos é uma verdadeira tragédia, com crimes ambientais sendo cometidos dia a dia, evidentemente que não somente por católicos ou cristãos. Certamente é uma visão polêmica. Mas é muito louvável essa carta do Papa, assim como foi muito positivo a Igreja admitir seu erro e reconhecer oficialmente que Galileu estava certo anos atrás.

"Vinte anos atrás, no dia 31 de outubro de 1992, o papa João Paulo II reconheceu os enganos cometidos pelo tribunal eclesiástico que condenou Galileu Galilei à prisão. Essa revisão de posicionamento, portanto, ocorreu 350 anos após a morte do cientista italiano. Galileu não dependia dessa absolvição para receber o galardão dos maiores nomes da história, mas o ato simbólico buscou corrigir uma das mais históricas injustiças cometidas pela igreja. O motivo da discórdia? Galileu defendia a tese de Copérnico de que a Terra não ficava no centro do Universo, e sim orbitava o Sol. Com uma interpretação literal da Bíblia, a Igreja Católica não aceitava que essa teoria fosse tratada como verdade - apenas como hipótese. Assim, Galileu foi obrigado a negar suas ideias publicamente e viver confinado em uma espécie de prisão domiciliar". 

fonte:https://www.terra.com.br/noticias/educacao/voce-sabia/voce-sabia-a-igreja-reconheceu-que-errou-ao-condenar-galileu,400811f48735b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html


Em sua Encíclica, o Papa Francisco alerta que "Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la" (a mãe Terra). Quem sabe assim, com este alerta, mais gente desperte para a situação dramática em que se encontra nosso planeta e nossa própria existência e mude seus hábitos, especialmente cobrando políticas consistentes e responsáveis sobre o uso dos recursos do planeta.


1. «LAUDATO SI’, mi’ Signore – Louvado sejas, meu Senhor», cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras».[1]

2. Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto» (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos.

Nada deste mundo nos é indiferente

(...)


Baixe o PDF e leia o texto na íntegra, copiando o link abaixo e colando em outra aba de seu navegador:

http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.pdf

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