Há alguns anos visitei a Casa da Flor.
Foi amor à primeira vista!
Encravada num pequeno morro, em um bairro de São Pedro d´Aldeia, uma verdadeira joia feita de cacos de louça, vidro, cerâmica e ainda conchas e ossos. Uma preciosidade. Havia sido restaurada e estava sob a supervisão de um descendente de seu criador, que fez questão de mostrar toda a casa e seu entorno,
falando de suas lembranças de seu tio.
O nosso guia, sobrinho de Seu Gabriel |
Fotos Christianne Rothier
A notícia mais recente sobre a Casa da Flor que encontrei é de 16/09/2016, no G1, informando que, em que, enfim, a Casa da Flor, em São Pedro da Aldeia, RJ, é declarada patrimônio nacional, e que o ´Tombamento' foi definido por unanimidade.
Abaixo, o que diz a matéria:
A Casa da Flor, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A aprovação aconteceu em uma reunião na sede do instituto em Brasília (DF). Novo patrimônio cultural material brasileiro, a casa foi criada por Gabriel Joaquim dos Santos, filho de uma índia e de um ex-escravo, com paredes em taipa e utilizando esteios em madeira roliça, decorada com mosaicos, esculturas e enfeites criados a partir do lixo e objetos quebrados.
"O tombamento deste bem é mais um marco na evolução do conceito de Patrimônio Cultural. Até então, nada parecido com a Casa da Flor foi tombado no país", disse a presidente do Iphan, Kátia Bogéa.
Em seu parecer, o relator e conselheiro Leonardo Castriota, comparou a Casa da Flor a outras obras internacionais também reconhecidas como patrimônio cultural em seus países, como a Watts Towers, em Los Angeles (Estados Unidos) – criadas por Sabato Rodia (1879-1965), um imigrante italiano trabalhador da construção civil – e o Palais Idéal du Facteur Cheval, em Hauterives (França) – construído por Ferdinand Cheval (1836-1924), um carteiro francês.
fonte: http://g1.globo.com/rj/regiao-dos-lagos/noticia/2016/09/casa-da-flor-em-sao-pedro-da-aldeia-rj-e-declarada-patrimonio-nacional.html
Uma forte referência no que diz respeito à Casa da Flor, é a professora e pesquisadora de Arte Popular Brasileira, Amélia Zaluar, premiada com Menção Honrosa no Concurso Sílvio Romero/ CNFCP 1993 com sua monografia “Casa da Flor-Tudo Caquinho Transformado em Beleza”. Ela é também autora do filme documentário “A Casa da Flor- Do lixo à beleza”. Secretária executiva do Instituto Cultural Casa da Flor e diretora da Comissão Fluminense de Folclore, foi minha professora na Escolinha de Arte do Brasil, no CIAE, (Curso Intensivo de Arte na Educação). Em seu blog podemos saber mais sobre sua pesquisa e descobertas.
fonte: http://blogameliazaluar.blogspot.com.br/p/casa-da-flor.html
Em minha pesquisa encontrei também um site de doações, que apresenta o texto abaixo:
A Casa da Flor foi construída e embelezada por Gabriel Joaquim dos Santos, artista negro, pobre, analfabeto, filho de um escravo e de uma índia, durante 63 anos. Entre 1923 e 1985, quando faleceu, Gabriel Joaquim dos Santos foi embelezando seu lar com materiais recolhidos no lixo doméstico e no refugo das obras civis do local, guiado por sonhos e uma fértil imaginação. Com o objetivo de preservar e divulgar a casa e o trabalho de Seu Gabriel, um grupo de admiradores criou, em 1987, a Sociedade de Amigos da Casa da Flor, hoje Instituto Cultural Casa da Flor, uma entidade civil sem fins lucrativos. Atualmente o Instituto está realizando a segunda restauração da casa, para garantir a sustentabilidade desta obra de imensa importância para o país. O objetivo do Instituto é cada vez mais divulgar e promover o acesso a Casa da Flor primeiramente para a população brasileira, posteriormente inserindo-a no cenário internacional.
fonte: https://doare.org/br/doacao/136/instituto-cultural-casa-da-flor
Na wikipédia mais informações:
A casa, iniciada em 1912, a partir de 1923, após um sonho do artista, passou a ser acrescida aos poucos de objetos encontrados no lixo, cacos de cerâmica, de louça, de vidro, de ladrilhos e de outros objetos considerados imprestáveis para o uso: lâmpadas queimadas, conchas, pedrinhas, correntes, tampas de metal, manilhas, faróis de automóveis… Aos poucos foram formadas flores, folhas, mosaicos, cachos de uvas, colunas e esculturas fantásticas, fixados dentro e fora da casa.
A Casa da Flor tem sido documentada e filmada através de iniciativas no sentido de enaltecimento e conservação de seu valor cultural. A obra pode ser incluída entre os artistas/arquitetos como Ferdinand Cheval, na França, Antoni Gaudí, em Barcelona, Antônio Virzi, no Rio de Janeiro, com sua arquitetura orgânica e surreal.
A professora e pesquisadora Amélia Zaluar , que conviveu com o artista durante oito anos (1978 - 1985), escreveu uma monografia sobre a Casa da Flor, intitulada “A Casa da Flor – Tudo caquinho transformado em beleza”.
fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_da_Flor
No Youtube localizei o filme de Amélia Zaluar, lindo filme por sinal, delicado e sensível, onde podemos ver e ouvir Seu Gabriel. Que privilégio!
De Amélia Zaluar - Publicado em 29 de set de 2015
O documentário fala da vida e obra de Gabriel Joaquim Dos Santos, artista que criou a Casa Da Flor. Depoimentos na voz de Gabriel, da pesquisadora Amelia Zaluar e do restaurador Raimundo Rodrigues.
“Eu não aprendi com ninguém... aprendi no ar... aprendi no vento“
Seu Gabriel
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