sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Os desafios da convivência




Conviver não é fácil não! Quantos desafios! Parece ser mais fácil o conflito... Dediquei o dia de hoje a aprofundar minhas reflexões nesse campo, querendo olhar para dentro de mim mesma e encontrar a flexibilidade do bambu.


Tomei conhecimento sobre um relatório da ONU de 2014, que conclui que 54% da população mundial vive nas cidades e que esse número só tende a aumentar. As cidades crescem e com elas os problemas do adensamento humano. Poluição, violência e conflitos, escassez de alimentos e recursos, concentração de renda. Perda de direitos e de conquistas sociais, exclusão, preconceito, racismo e outras mazelas humanas parecem andar junto com esse crescimento das cidades dentro do modelo neoliberal que se impõe.
E eis que deparei-me com a frase do monge vietnamita Thich Nhat Hanh:


"O próximo Buda não terá uma forma humana. O próximo Buda poderá muito bem ter a forma de uma comunidade, uma comunidade que pratique a compreensão e a amabilidade afetuosa, uma comunidade que pratique uma forma de viver consciente. Isso pode ser a coisa mais importante que podemos fazer pela sobrevivência da terra."


Essa frase penetrou em meu ser e trouxe uma espécie de resposta para questões que ando investigando.


Há princípios e valores que norteiam nossas escolhas e nosso caminhar pelo mundo. A não-violência é para mim um desses princípios.


Mentores vão surgindo, nossas opções vão abrindo novas perspectivas e trazendo novos encontros e oportunidades.


Vamos atraindo ou sendo atraídos para ambientes e situações que parecem estar alinhadas com o que estamos pensando ou desejando, assim parece ser.




Contrariamente ao fluxo em direção às cidades, crescem iniciativas de formação de comunidades alternativas em eco vilas e propostas de volta ao campo em agro florestas e comunidades auto-sustentáveis, apoiadas em princípios de solidariedade, respeito e corresponsabilidade.



Em Santarém, no Pará, às margens do Tapajós, um rio magnífico e encantador, tive notícias da Comunidarte Macaco. Uma proposta que envolve turismo de base comunitária, permacultura, arte e sustentabilidade.

 Alter do Chão é a vila que vemos quase ao centro da imagem, às margens do Tapajós, no município de Santarém, no Pará. 

"A Comunidarte Macaco é uma comunidade alternativa construida por todos que passam por aqui! Nós aqui criamos arte em cooperação com todos os seres vivos e estamos dispostos a espalhar o turismo alternativo e consciente! Venha fazer arte com a gente!" @comunidartemacaco











































Painel para captação de energia solar








bomba alimentada pela energia solar para puxar água do igarapé





























Uma "geladeira" diferente...













Era uma casa muito engraçada, tinha teto, chão, mas não tinha parede...



Neste local especial, tive a experiência de ouvir duas crianças de cerca de cinco anos, brincando na areia, confabulando sobre o que daria pra comprar com algum dinheiro. "Será que dava pra comprar um monte de doces?" E riam. "Com um pedaço de ouro, mais dez, mais dez, dava pra comprar remela de cachorro?" E gargalhavam. "Com um pedaço de ouro mais dez, mais dez, mais dez, mais dez, mais dez, será que dava pra comprar o mundo todo?" "O mundo todo?" "Não. Não dá, porque o mundo é de todo mundo."


Crianças de cinco anos sabem das coisas. É tão óbvio! O mundo é de todo mundo!
Eu perguntei se eram irmãos. A menininha respondeu que não."Quer dizer, somos irmãos de coração."





Simples assim. Somos todos irmãos e o mundo é de todo mundo. Tá bom pra vocês?


Tem muito adulto precisando ter aulas com as crianças. Dá pra ter alguma esperança. Se é que vai sobrar algum mundo, com a sanha devastadora que acomete os humanos adultos do nosso tempo (desde há muito tempo...)



Estamos precisando aprender ou reaprender a conviver. Conviver entre pares até não é difícil. Complicado é aceitar as diferenças, respeitar o outro. Negociar, ceder, abrir mão de certas opiniões. Calçar os sapatos alheios e entender sob que prisma o outro vê e entende o mundo. Sob uma perspectiva pacífica, amorosa, acolhedora.









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